Em virtude da pandemia de coronavírus, o futebol europeu está em ritmo frenético. Diferente do que acontece normalmente, quando os campeonatos terminam em maio e os jogadores têm férias e uma longa preparação até a volta dos jogos, dessa vez as temporadas 2019-2020 e 2020-2021 vão ser praticamente uma colada na outra, com pouco tempo de folga e de preparação física e técnica para as equipes.
Na Inglaterra, a Premier League, que terminou a temporada passada em 26 de julho e teve título do Liverpool após 30 anos de jejum, voltou sábado (12/09) com a primeira rodada da nova temporada. Entre os principais jogos da rodada inaugural destaques para as vitória do Liverpool sobre o Leeds por 4 a 3 e do Arsenal sobre o Fulham por 3 a 0. O campeonato será mais corrido, com vários jogos seguidos para os times em intervalos curtos de tempo, e termina em 23 de maio de 2021.
As partidas na pandemia permanecerão sendo disputadas sem torcida em um primeiro momento e a ideia inicial de abrir os estádios para o público já em outubro estão sendo revistos. Outro reflexo do calendário mais apertado é que a Copa da Inglaterra não terá dessa vez os replays, como são chamados os jogos de volta, e a Copa da Liga Inglesa fará as semifinais em jogo único. Mesmo nesse cenário, os times decidiram voltar ao formato tradicional de três substituições sob a alegação de que as agremiações mais ricas poderiam se beneficiar por terem mais opções de troca nos bancos de reserva.
A seguir, o Universo Esporte traz uma análise e faz uma projeção do que cada time deve brigar nessa temporada da Premier League:
Liverpool – atual campeão e depois de quebrar um longo tabu, os Reds chegam com força na luta pelo bicampeonato. Não perderam nenhum jogador fundamental, apenas reservas pouco utilizados, como o zagueiro croata Lovren e o meia inglês Lallana. Por outro lado, o clube também começa a investir. Além do lateral-esquerdo grego Tsimikas chegou o meia brasileiro naturalizado espanhol Thiago, campeão europeu com o Bayern de Munique. Com a espinha dorsal formada e reforços pontuais chegando, o ponto fraco do Liverpool ainda é a defesa, pois falta um zagueiro mais confiável para formar a dupla com o holandês van Dijk.
Manchester City – atual vice-campeão, o time do técnico espanhol Pep Guardiola entra na nova temporada para buscar o título, mas precisando retomar seu melhor jogo e o protagonismo das temporadas anteriores. Sem a possibilidade de contratar o craque argentino Lionel Messi, que permaneceu em Barcelona, e as ausências do meia espanhol David Silva e do atacante alemão Sané, que saíram do time, a expectativa é de que o jovem inglês Foden se firme de vez entre os titulares, mas o maestro continua sendo o meia holandês De Bruyne. Os reforços são o espanhol Ferran Torres para o lado do campo e o holandês Aké para a defesa, que teve sérios problemas na temporada passada.
Chelsea – os azuis de Londres são a grande sensação da janela de transferências na Inglaterra. Depois da proibição de contratar e de apostar em garotos na temporada passada, o time comandado por Frank Lampard resolveu que era hora de subir o nível. Trouxe o zagueiro brasileiro Thiago Silva e o lateral-esquerdo inglês Chilwell para acertar a defesa, os meias Ziyech (Marrocos) e Havertz (Alemanha) para armar as jogadas e o atacante alemão Werner para marcar os gols. Além disso, o norte-americano Pulisic fez uma ótima reta final de temporada passada e tem tudo para ser o grande astro da nova equipe. O Chelsea começa a competição mirando o G-4 e, com trabalho bem feito, pode disputar o título.
Manchester United – após um começo ruim em 2019/2020, os Red Devils arrancaram na retomada pós-pausa da pandemia e terminaram na terceira posição. Muito da melhora de rendimento se deveu à chegada do meia português Bruno Fernandes, que formou um quarteto poderoso de ataque com Martial (França), e os ingleses Rashford e Greenwood. Para a nova temporada, o time trouxe o meia holandês van de Beek e deve melhorar ainda mais a qualidade de jogo no meio-campo. A aposta é em consolidação no G4 e, se o rendimento for bom, brigar pelo título.
Arsenal – a chegada do técnico espanhol Arteta deu novo fôlego e ânimo ao Arsenal, que terminou a temporada passada campeão da Copa da Inglaterra e começou a atual vencendo o Liverpool na Supercopa. Os reforços para qualificar o grupo até aqui são jogadores brasileiros: Willian chega do Chelsea para trazer experiência e técnica ao meio-campo enquanto o jovem zagueiro Gabriel Magalhães é a aposta para dar mais qualidade à defesa, um dos pontos fracos do elenco. Após o oitavo lugar do último campeonato, a expectativa dessa vez é terminar no G4.
Tottenham – fechando o big six, o Tottenham precisa mostrar um futebol melhor do que na temporada passada se quiser brigar pelas primeiras posições. Sob o comando do português José Mourinho, o time adotou várias vezes uma postura mais defensiva e perdeu jogos que foram cruciais para ficar fora da Champions League. As novidades do elenco são o lateral-direito irlandês Doherty, o meia dinamarquês Höjbjerg, o goleiro inglês Joe Hart.
Wolverhapton, Leicester e Everton – os três clubes entram com expectativas e pretensões de ficar na parte de cima da tabela e brigar por uma vaga pelo menos na Europa League. Os Wolves esperam repetir ou até melhorar o desempenho das últimas duas temporadas, quando terminaram na sétima colocação. O grande astro do time é o ponta espanhol Adama Traoré, que vendo sendo sondado por outros clubes. Já o Leicester ficou todo o campeonato passado na parte de cima da tabela e caiu no final, terminando em quinto. Nessa temporada a expectativa é manter a regularidade e tentar novamente incomodar os grandes na briga por vaga na Champions League. Já o Everton ficou no meio da tabela no campeonato passado e reforçou o bom plantel que já tinha para tentar ficar entre os primeiros colocados dessa vez: chegaram os meias Doucouré (francês), Allan (brasileiro) e James Rodrigues (colombiano).
Newcastle e West Ham – duas das equipes mais tradicionais do futebol inglês, ambos entram no novo campeonato querendo fazer uma temporada mais segura que as últimas, quando foram figurantes e/ou brigaram contra o rebaixamento à Championship. Ficar no meio da tabela e não correr riscos de queda já poderá ser considerado um progresso. Para qualificar o elenco, o Newcastle trouxe dois jogadores do recém-rebaixado Bournemouth: o centroavante inglês Wilson e o ponta escocês Fraser. Já o West Ham não fez contratações de impacto e aposta na base da temporada passada para tentar fazer um campeonato melhor.
Sheffield United, Southampton e Burnley – após voltar à elite na temporada passada, o Sheffield foi uma das grandes surpresas do campeonato com uma campanha segura que lhe rendeu o nono lugar na tabela. Sem grandes investimentos e com um elenco modesto, a expectativa é de afastar o risco de rebaixamento e tentar repetir o feito. O Southampton, por outro lado, começou muito mal o campeonato passado, mas se recuperou na reta final e terminou sem risco de queda. A qualidade do elenco permite sonhar por um campeonato sem sustos no meio da tabela. O principal problema será superar a perda de um dos principais jogadores do time: Höjbjerg, vendido ao Tottenham. Já o Burnley se consolidou como uns dos times pequenos que mais incomoda os grandes por seu estilo de jogo bem particular: muita ligação direta e uso do físico para ganhar a bola, principalmente pelo alto. Dessa forma, espera mais uma vez não correr riscos de rebaixamento e terminar a competição no meio da tabela.
Brighton, Aston Villa e Crystal Palace – o Brighton mudou seu treinador na temporada passada e, sob o comando de Graham Potter, passou a apostar em uma equipe que tenta jogar com posse de bola. Em sua terceira temporada seguida na elite, o desafio do time do lateral brasileiro Bernardo deve ser mais uma vez para escapar da segunda divisão. No Aston Villa, o time investiu muito na volta à primeira divisão na temporada passada, mas só escapou do rebaixamento na última rodada. A briga mais uma vez deve ser contra a queda, mas o potencial do elenco é para ficar no meio da tabela e fazer um campeonato seguro. Já o Crystal Palace conta com um grupo formado por jogadores experientes e o técnico mais velho da Premier League (Roy Hodgson, 73 anos). Depois de um campeonato passado de meio de tabela e sem riscos de rebaixamento, mas com queda de rendimento na reta final, os torcedores esperam uma campanha segura sem riscos de rebaixamento.
Leeds, West Bromwich e Fulham – são as três equipes que subiram da segunda divisão, a Championship. Como novatos na Premier League, a tendência é que lutem para não fazer o chamado bate-volta e permanceçam na elite. Dos três, o que mais chama atenção é o Leeds United. Atual campeão da Championship, o time dirigido por Marcelo Bielsa tem um estilo de jogo pautado pela ofensividade e é promessa de bons jogos. O grande reforço é o atacante brasileiro naturalizado espanhol Rodrigo. O West Bromwich traz a base da temporada passada, vice-campeã da segunda divisão. O time tem um brasileiro: Matheus Pereira, que foi destaque na campanha do acesso e agora comprado após empréstimo junto ao Sporting de Portugal. Já o Fulham, que chegou à Premier League através dos play-offs, apostou no volante gabonês Lemina e no goleiro francês Areola para reforçar o elenco.
Onde assistir os jogos: ESPN, FOX Sports e DAZN
Palpites Universo Esporte
Luis Felipe Carrion
Campeão: Liverpool.
G6: Liverpool, Manchester City, Chelsea, Manchester United, Arsenal e Tottenham.
Rebaixados: Brighton, West Bromwich e Fulham.
André Donati
Campeão: Liverpool.
G6: Liverpool, Manchester City, Manchester United, Arsenal, Tottenham e Chelsea.
Rebaixados: Crystal Pallace, Brighton e West Bromwich .
Renato Sônego
Campeão: Manchester City.
G6: Manchester City, Liverpool, Chelsea, Manchester United, Leicester e Leeds.
Rebaixados: West Bromwich, Crystal Palace e Brighton.
Tiago Migliani
Campeão: Liverpool.
G6: Liverpool, Manchester City, Chelsea, Manchester United, Arsenal e Tottenham.
Rebaixados: Crystal Palace, Brighton e West Bromwich.
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