Éverton Ribeiro sobe para marcar de cabeça o primeiro gol do Flamengo na goleada por 5 a 1 contra o Corinthians. Foto: Reprodução/Facebook.

A vitória de goleada do Flamengo por 5 a 1 sobre o Corinthians no último domingo (18) em plena Neo Química Arena, em São Paulo, vai muito além do excelente jogo que o time carioca fez e da grande capacidade do elenco da equipe, atual campeã brasileira e da Libertadores. É também reflexo dos rumos que as diretorias escolheram para os clubes mais populares do País nos últimos anos.

Voltemos rapidamente a 2013. Há sete anos, o Corinthians tinha ganho a Libertadores e o Mundial de Clubes no ano anterior. O tão sonhado estádio, a Arena Corinthians, finalmente tinha saído do papel e seria o palco de abertura da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. O clube estava com uma dívida controlada e era a grande força do futebol brasileiro sob o comando de Tite.

Já o Flamengo iniciava uma nova gestão sob o comando de Eduardo Bandeira de Mello. O novo presidente assumiu o clube com uma dívida de R$ 750 milhões. A nova direção optou por pagar os débitos acumulados no clube e deixar de investir em atletas renomados. Jogadores de qualidade técnica baixa e folclóricos, como Hernane Brocador, foram contratados. O Rubro-Negro até ganhou a Copa do Brasil em 2013, mas foi mero coadjuvante em outras competições nos anos seguintes.

Eduardo Bandeira de Mello foi o presidente que deu início à reconstrução financeira do Flamengo. Foto: Gilvan de Souza/Flamengo.

Agora voltemos ao presente, em 2020. O Corinthians ocupa a 14ª posição no Campeonato Brasileiro e está em seu terceiro treinador na temporada. Nos últimos anos, a dívida do Timão só aumenta. No final do primeiro semestre de 2020, com a crise provocada pela pandemia, ultrapassou a casa dos R$ 900 milhões. Isso sem contar a dívida que o Timão tem pela construção da Neo Química Arena.

Tudo isso foi construído em gestões mal feitas, por exemplo, com alto número de jogadores emprestados que o clube paga salário, remunerações atrasadas para os atletas que jogam pela Corinthians e na aventura de um estádio que ficou bem mais caro para atender as exigências da FIFA e ser palco de abertura da Copa do Mundo.

Já o Flamengo é o atual campeão brasileiro, da Libertadores e um dos líderes da edição de 2020 do Brasileirão. Conta com salários em dia, o melhor elenco do Brasil e jogadores decisivos capazes de desequilibrar uma partida, como Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gabigol.

Para que isso fosse possível, os cariocas passaram alguns anos reduzindo a dívida e aumentando o faturamento, de modo que aquilo que o clube fatura fosse maior em relação à dívida e permitisse o investimento em atletas de ponta. No ano passado, o Mengão fechou com uma receita recorde de R$ 950 milhões após os títulos nacional e continental. No primeiro semestre de 2020, com a pandemia, a dívida cresceu R$ 163 milhões, mas, segundo os dirigentes, continua sob controle.

Todos os resultados que alcançamos em nossas vidas depende das escolhas certas ou erradas que fazemos. No futebol não é diferente e os 5 a 1 em São Paulo são só a prova de que a forma como um clube é administrado fora de campo pode ser decisiva para o sucesso dentro das quatro linhas. Melhor para o Flamengo.

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