O Flamengo da temporada 2020, que se estende nesse início de 2021 por causa da pandemia, é um mistério. O elenco campeão brasileiro e da Copa do Brasil em 2019 é praticamente o mesmo, além de ter sido encorpado com jogadores, que, na teoria, deixaria o elenco ainda mais forte.
O resultados, ao contrário, são muito abaixo do esperado. Os reforços renderam muito pouco. Os zagueiros Léo Pereira e Gustavo Henrique entram e saem do time constantemente, Pedro Rocha foi devolvido de empréstimo e Michael não é nem sombra do habilidoso atacante que chamou atenção no Goiás. Os únicos que se salvaram foram Thiago Maia, com lesão grave, e Pedro, artilheiro da temporada e que será comprado em definitivo.
Já os remanescentes do inesquecível time campeão de 2019, como Éverton Ribeiro e Gerson, atravessam fase técnica ruim e não conseguem realizar boas partidas. Gabigol tem perdido chances claras para balançar as redes e foi parar no banco de reservas na derrota por 2 a 0 para o Ceará. O mais regular das estrelas é Arrascaeta, que, apesar de render menos do que pode, tem feito alguns gols e dado passses decisivos.
Técnico pressionado
O maior mistério de todos é porque o time caiu tanto de rendimento quando passou a ter tempo livre para treinar, após ser eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores. Após a virada no final do jogo contra o Bahia, o Flamengo empatou em 0 a 0 com o Fortaleza e perdeu por 2 a 1 para o Fluminense e por 2 a 0 para o Ceará.
Ainda um treinador novato, Rogério Ceni não consegue fazer o time ter a intensidade necessária nas partidas e vem fazendo substituições questionáveis nos segundos tempos dos jogos, como escalar o volante Willian Arão como zagueiro. Outro ponto que causa questionamentos no trabalho do ex-goleiro do São Paulo é sua curta paciência para trocar os jovens do time, mas o cuidado para substituir e/ou barrar os jogadores consagrados do elenco.
Com a queda de rendimento e o título brasileiro ficando mais longe, a demissão do treinador já é cogitada nos bastidores rubro-negro.
O fato é que há algo “esquisito” no Flamengo 2020-2021. Dois técnicos passaram pelo clube que fez história com títulos brasileiro e da Libertadores após a saída de Jorge Jesus e não conseguiram emplacar. Os jogadores não rendem e o ambiente político sempre ferve, o que, querendo ou não, acaba refletindo no elenco. Cabe ao técnico e jogadores acharem os problemas para retomar o caminho das vitórias.
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