Desde que surgiu com destaque no Audax vice-campeão paulista de 2016, quando perdeu a final para o Santos, Fernando Diniz despontou como um dos mais promissores técnicos do futebol brasileiro.
Com um estilo de jogo ofensivo, que prega sempre pela saída de bola trocando passes desde o goleiro e um time que tenha a bola o maior tempo possível até o momento de marcar os gols, o treinador sempre se mostrou, na teoria, um praticante do futebol mais próximo do que é jogado nos melhores campeonatos do mundo na Europa e uma esperança de renovação em um cenário de treinadores brasileiros conhecidos por ideias conservadoras e ultrapassadas no modelo de jogo.
O problema é que no futebol, como em qualquer profissão, é necessário entregar resultados alinhados às boas ideias teorias e práticas para que um profissional tenha seu trabalho reconhecido.
Fernando Diniz saiu do Athletico Paranaense e do Fluminense com os times correndo riscos de rebaixamento e no São Paulo, desde 2019, acumula eliminações no Campeonato Paulista, na Libertadores, na Copa Sul-Americana e na Copa do Brasil.
No Campeonato Brasileiro, que liderava com sete pontos de vantagem para o segundo colocado, o Tricolor acumula três derrotas e um empate e perdeu a liderança após a goleada sofrida por 5 a 1 para o Internacional em pleno Estádio do Morumbi.
Chance derradeira
Durante toda a passagem de Fernando Diniz pelo São Paulo seu estilo característico de jogo sempre foi questionado pela imprensa e pela torcida. O time marca vários gols em jogadas trabalhas com a posse de bola, mas também sofre gols, o que leva a derrotas, a partir da marcação bem feita pelos adversários na saída de bola com o goleiro Tiago Volpi e os zagueiros. Foi dessa forma que o Internacional construiu a goleada que custou a liderança do Brasileirão.
O técnico, fiel ao futebol que acredita, sempre se mostrou reticente em alterar a maneira do São Paulo jogar e optar por um estilo de futebol mais pragmático e “feio”, com ligação direta da defesa para o ataque ou bolas longas, por exemplo.
Mas, para o bem do treinador e do São Paulo, é hora de mudar. O que circula na imprensa é que o jogo contra o Coritiba neste sábado (23) será a última oportunidade para o São Paulo reagir, voltar a vencer no campeonato e ainda sonhar com o título brasileiro. Caso contrário, o treinador deverá perder o emprego.
É bom Diniz agir, mudar a forma do São Paulo jogar e conseguir a vitória. Ou pode ser tarde demais.
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