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Dez gols sofridos em três jogos. Duas derrotas de goleada e a segunda defesa menos vazada do Brasileirão. Acredite, essa é a defesa do Flamengo, atual campeão brasileiro e da Libertadores, terceiro colocado do nacional de 2020. Depois de um momento que teve a goleada de 5 a 0 para o Independiente del Valle na Libertadores, mas amenizado pelo surto de coronavírus no elenco e uma sequência de bons resultados, o técnico espanhol Domènec Torrent voltou a encaixar uma sequência de resultados ruins e acabou demitido.
Primeiro uma goleada de 4 a 1 em casa para o São Paulo, pela 19ª rodada do Brasileirão. As chances de gols e os dois pênaltis perdidos deram uma amenizada no resultado ruim. Depois, no meio de semana, classificação na Copa do Brasil contra o Athletico Paranaense, mas novamente falhas defensivas e críticas, apesar da vitória por 3 a 2. E, no domingo (8), pela 20ª rodada do Brasileiro, o “ápice”: 4 a 0 para o Atlético Mineiro, em Belo Horizonte, com dois gols tomados em oito minutos.
Dome, ex-auxiliar de Guardiola e um técnico novato na profissão, apesar dos 58 anos de idade, parece não ter compreendido muito bem o tamanho e o impacto de treinar do Flamengo. Amenizou nas entrevistas as goleadas sofridas, dizendo que o time ainda estava bem colocado no Campeonato Brasileiro e próximo da liderança. Uma equipe com o tamanho e o investimento do Flamengo não pode tomar duas goleadas seguidas dessa forma.
Faltou ao catalão a percepção de rever suas convicções como treinador e mexer no esquema tático. O time jogava com a marcação muito adiantada e concedia espaços generosos aos adversários na defesa, que marcavam gols com facilidade. Na falta de treinamento, talvez tenha faltado adotar um esquema tático mais cauteloso até que o desempenho defensivo melhorasse.
Vários jogadores falharam e entregaram gols. O zagueiro Gustavo Henrique, constantemente escalado, está em má fase técnica e falha constantemente. A discussão sobre a falta de tempo e a demissão precipitada de treinadores, principalmente no Brasil com a grande quantidade de jogos, é sempre complexa. Dome tinha apenas três meses de Flamengo e mal teve tempo de fazer uma preparação realmente adequada para implementar suas ideias de jogo em meio ao futebol de 2020, no meio da pandemia. Mas, os últimos resultados e algumas posturas do treinador colocaram a continuidade de trabalho do espanhol em xeque.
Palmeiras
No Verdão, o recém-chegado técnico português Abel Ferreira já percebeu o desafio que terá pela frente após apenas dois jogos no comando. Será o de fazer o time jogar com a posse de bola e furar defesas de equipes fechadas, que esperam no seu campo de defesa, como aconteceu no confronto do último domingo (8), pelo Brasileirão, contra o Vasco.
Sob o comando do técnico interino Andrey Lopes, o Palmeiras vinha adotando uma estratégia de jogar de forma reativa, explorando a velocidade dos velozes atacantes Rony e Wesley pelos lados do campo. A estratégia se mostrou muito bem-sucedida nas vitórias contra Bragantino (3 a 1 e 1 a 0, pela Copa Brasil) e Atlético Mineiro (3 a 0, pelo Brasileirão).
Em São Januário, os atacantes alviverdes ficaram encaixotados na defesa vascaína e não levaram perigo ao goleiro adversário no primeiro tempo. Os espaços só apareceram na segunda etapa, quando Rony perdeu boa chance e Luiz Adriano converteu o rebote do pênalti para marcar o gol da vitória por 1 a 0.
Abel já percebeu que os poucos treinamentos que tem com o calendário apertado do futebol brasileiro terão que ser usados para fazer o time criar movimentação para furar defesas como a do Vasco. Outro desafio a ser superado serão os desfalques. Wesley e Felipe Melo sofreram fraturas e Luiz Adriano saiu com lesão muscular do jogo com o Vasco. Já Weverton, Gabriel Menino, Gustavo Gómez e Viña ficarão pelo menos dois jogos afastados (incluindo a Copa do Brasil, contra o Ceará) por estarem servindo as seleções nacionais nas Eliminatórias.
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