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Jorge Jesus, Coudet e a dura realidade: futebol brasileiro é apenas passagem

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Jorge Jesus na época que treinava o Flamengo. Foto: Reprodução/Instagram.

O futebol brasileiro vive um momento muito interessante desde o ano passado com a passagem dos técnicos estrangeiros por nossos clubes. Mais conectados com as metodologias de treinamento e o futebol praticado na Europa, eles têm trazido inovações e novidades táticas, proporcionando um salto da qualidade do futebol jogado no Brasil. O grande expoente desse momento foi o português Jorge Jesus, campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro com o Flamengo em 2019.

Ao mesmo tempo em que os gringos trazem novidades e ajudam nosso jogo a crescer, eles também escancaram o quanto o futebol brasileiro de clubes é menosprezado e visto como algo menor na Europa e também pelos próprios sul-americanos. Trabalhar no Brasil é uma chance de reconstruir a carreira ou fazer um bom trabalho para chamar atenção de um clube europeu ou até de uma seleção nacional. Nenhum desses técnicos parece vir pra cá com o objetivo de se estabelecer no Brasil e realizar um trabalho a longo prazo.

O maior exemplo disso é o próprio Jorge Jesus. Desde que chegou ao Brasil para treinar o Flamengo, em junho de 2019, já se comentava que tinha cláusulas no contrato caso os principais clubes europeus viessem a procurá-lo para uma volta à Europa. O “Mister” exigiu contrato de apenas um ano de duração e com término no meio do ano, quando começa a temporada europeia. Chegou a renovar, mas voltou à terra natal no primeiro convite do velho continente, vindo do Benfica. Mesmo tendo ganho cinco títulos e se tornado ídolo da Nação Rubro-Negra.

O último e surpreendente foi o caso do argentino Eduardo Coudet. Líder do Brasileirão e ainda vivo na Libertadores e na Copa do Brasil, o técnico do Internacional pediu demissão na última segunda-feira (9). Havia desentendimentos entre ele e a direção do Inter por causa dos investimentos no time, mas, nos próximos dias, Coudet deve ser anunciado como novo técnico do Celta, 17º colocado do Campeonato Espanhol.

Eduardo Coudet pediu demissão do Internacional. Foto: Reprodução/Facebook.

Ou seja, para um argentino é mais vantajoso deixar o clube que, pode não ter o melhor elenco, mas briga por grandes títulos no Brasil e tentar livrar um pequeno da Espanha do rebaixamento. Porque lá ele está na Europa e terá muito mais visibilidade que aqui. Um bom trabalho no Celta pode abrir portas para o Valencia, o Sevilla e, quem sabe, no futuro, Real Madrid ou Barcelona.

Jesus e Coudet não foram os primeiros gringos que apenas passaram pelo Brasil. Reinaldo Rueda trocou o Flamengo pela seleção do Chile. Juan Carlos Osorio o São Paulo pelo México e Patón Bauza também o Tricolor do Morumbi pela Argentina.

O calendário caótico, sem tempo para treinamentos, a pouca paciência e a troca constante de treinadores, jogos durante as Datas FIFA e o clima político nos bastidores dos clubes são alguns dos fatores que fazem com que o futebol brasileiro patine no seu crescimento como um produto mais atrativo no exterior para os técnicos e o público.

Com isso, o Brasil continuará sendo irrelevante mundo afora quando se fala em futebol de clubes. Enquanto o futebol nacional não evoluir e se firmar como um produto realmente relevante, que tenha um campeonato de qualidade e com os melhores jogadores, continuaremos sendo apenas um período de passagem na vida dos técnicos nascidos fora do País.

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