Pedro fez um dos gols do Flamengo na vitória sobre o Barcelona. Foto: Reprodução/Facebook

A terceira rodada da fase de grupos da Libertadores trouxe resultados opostos para Flamengo e São Paulo, que jogaram no Equador contra equipes do país. Em Guayaquil, o Flamengo teve que driblar os desfalques por Covid e contusão para vencer o Barcelona por 2 a 1. Já em Quito, o São Paulo perdeu para a LDU por 4 a 2 e se complicou na disputa por uma vaga à segunda fase do torneio continental. Apesar dos resultados diferentes, se analisarmos a situação dos times e dos treinadores é possível tirar uma lição tanto da vitória flamenguista quanto da derrota tricolor: seus técnicos devem simplificar ao máximo a forma de jogar nesse momento da temporada em meio à pandemia.

No Flamengo, desde que chegou o técnico catalão Domènec Torrent vem tentando implementar o estilo de jogo que aplicou em anos como auxiliar de Pep Guardiola, chamado pelos analistas táticos “jogo posicional”. O comandante já experimentou diferentes formações e muda constantemente os jogadores de lugar dentro de campo. Éverton Ribeiro, por exemplo, já atuou como meia central.

Contra o Barcelona equatoriano, devido aos desfalques e a impossibilidade de contar com atletas mais experientes, Dome escalou uma equipe mais “tradicional”, com dois volantes (Willian Arão e Thiago Maia), Éverton Ribeiro aberto pelo lado direito, onde sempre se destacou mais, Arrascaeta no centro, Gérson na esquerda e Pedro como centroavante.

No primeiro tempo, o time carioca teve ótima atuação e lembrou os grandes momentos do ano passado sob o comando do técnico português Jorge Jesus. No segundo tempo, sofreu com o cansaço e o risco de fazer substituições, já que os suplentes eram todos garotos da base. Mas, conseguiu sair com a vitória e está com a classificação encaminhada na Libertadores.

Sem tempo para treinar e com muitos jogos em sequência por competições diferentes, o técnico Domènec Torrent deveria aproveitar os bons momentos desse jogo para colocar algo em prática nos próximos: buscar simplificar sempre as escalações, colocando os jogadores nas posições em que rendem melhor. Deixar de lado algumas ideias complexas, como as ocasiões em que colocou em campo quatro atacantes no segundo tempo. Nesse momento, o mais importante para o treinador é o time conseguir resultados e ele se garantir no cargo, que ficou ameaçado após a goleada que o Rubro-Negro levou do Independiente del Valle (5 a 0).

SÃO PAULO

No Tricolor Paulista, a derrota de 4 a 2 para a LDU teve mais uma vez a “assinatura” de Fernando Diniz. O técnico, que gosta de fazer seu time jogar com posse de bola e priorizando o ataque, ainda não conseguiu dar o padrão de jogo ideal para o Tricolor com mais de um ano de trabalho.

O São Paulo é uma equipe que até cria chances, mas perde vários gols. Em compensação, também tem sérios problemas na defesa e é vazado quase todos os jogos. Inclusive com erros do sistema defensivo. Foi assim novamente nos quatro gols sofridos contra a LDU na altitude. O jogo já estava 3 a 0 ao final do primeiro tempo.

Com o resultado, o São Paulo está praticamente eliminado da Libertadores 2020, dependendo de vitória sobre o River Plate e combinação de resultados para se classificar. Também teve a eliminação do Paulistão para o Mirassol. Com isso, Fernando Diniz está na corda bamba e pode ser demitido a qualquer hora.

Derrota para LDU deixou Fernando Diniz pressionado. Foto: Reprodução/Facebook

Assim como seu companheiro de Flamengo, o técnico tricolor também pode tirar lições desse jogo. Às vezes, é preciso abrir mão das convicções e das ideias e ser pragmático pensando no resultado a curto prazo. Contra a LDU, na altitude e com vários garotos no time, Diniz podia ter pensado em uma estratégia de jogo diferente. Um time mais marcador. Que pensasse em jogar de forma mais reativa em busca de um bom resultado que lhe garantisse a permanência na Libertadores. Quando o goleiro estiver apertado na marcação não hesitar em buscar a ligação direta com o ataque.

O técnico são-paulino deveria repensar a forma de jogar para as próximas partidas e encontrar uma maneira de conseguir uma sequência de vitórias. Nem que seja preciso mão por um tempo daquilo que acredita ser o ideal para uma equipe. Os tempos em que vivemos exigem várias adaptações no dia a dia. Não é diferente do caso dos técnicos de futebol.

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