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Palmeiras, Tottenham e a constatação: futebol pragmático é competitivo, mas não suficiente

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Português Abel Ferreira, campeão da Libertadores pelo Palmeiras. Foto: Cesar Greco/Palmeiras.

Após a derrota do Palmeiras para o Tigres por 1 a 0 na semifinal do Mundial de Clubes da FIFA várias respostas começaram a serem buscadas para a má atuação do clube paulista e a o fim do sonho de se sagrar campeão mundial: maratona de jogos, desgaste físico, fuso horário do Catar, a boa qualidade técnica do time mexicano.

Todas essas argumentações são válidas, porém o principal motivo foi o fraco futebol apresentado pelo Palmeiras na partida, algo que já havia acontecido anteriormente na própria Libertadores quando perdeu para o River Plate por 2 a 0 na semifinal (se classificou porque venceu a partida de ida por 3 a 0) e na final contra o Santos, onde o Verdão se sagrou campeão vencendo por 1 a 0 em uma partida muito fraca tecnicamente.

Até aqui, o Palmeiras do técnico português Abel Ferreira se mostrou um time muito competitivo e já tem um importante título no currículo. Em pouco mais de três meses de trabalho, o treinador construiu sua equipe em um modelo de jogo simples, que não traz muitas novidades táticas.

O Verdão gosta de jogar com menos posse de bola, explorando muito bem a velocidade de seus homens de frente. Não à toa Wesley, antes de se machucar, e Rony cresceram tanto de produção após a troca de comando. Quando precisa ficar com a bola e construir jogadas trabalhadas, o time palestrino tem mais dificuldades. A bola longa e o lateral na área são outras armas exploradas com frequência.

Para a próxima temporada, com mais tempo de preparação e treinamentos, o desafio de Abel Ferreira será fazer o Palmeiras evoluir taticamente e conseguir jogar de outras formas, principalmente quando tem a posse de bola e precisa construir jogadas.

Como já visto em outras oportunidades, o futebol sem tantas inovações táticas, o chamado jogo reativo, pode ser suficiente para ser competitivo e levar um time à conquista de um campeonato, como foi com o Palmeiras na Libertadores. Mas pode não bastar para outros desafios, como o Mundial da FIFA.

Palmeiras não jogou bem contra o Tigres e foi eliminado do Mundial. Foto: Cesar Greco/Palmeiras.

EXEMPLO VEM DA INGLATERRA

A temporada atual da Premier League começou com vários times se alternando na liderança e, em dado momento, o Tottenham assumiu a ponta.

Comandado pelo português José Mourinho, o time de Londres gosta de jogar mais fechado e explorar os contra-ataques, principalmente aproveitando o poderio ofensivo da dupla formada por Son e Kane.

Após o bom início, os Spurs caíram de rendimento, com vários tropeços seguidos, e hoje ocupam a oitava colocação na tabela. Enquanto isso, uma das maiores críticas ao trabalho de José Mourinho é o fato de jogar sempre no estilo reativo e mais preocupado primeiro em se defender, principalmente nos clássicos.

Depois de alternâncias de líderes, o Manchester City, comandado pelo técnico que revolucionou o futebol no século XXI (Pep Guardiola), deu uma arrancada, assumiu e abriu vantagem na ponta da tabela da Premier League.

Fica a reflexão tanto para Abel Ferreira quanto para Mourinho de que o futebol pragmático e reativo é uma estratégia válida e competitiva, mas é essencial que os melhores treinadores do mundo saibam armar seus times de maneiras variadas.

José Mourinho, técnico do Tottenham. Foto: Reprodução/Instagram.

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