Mesmo morto, Ayrton Senna ainda é lembrado pro muitos fãs da Fórmula 1. Afinal, o carismático piloto conquistou vitórias e títulos num momento em que o Brasil estava muito mal economicamente e com falta de heróis. Dessa forma, ainda e difícil falar sobre certas atitudes que o brasileiro teve em sua carreira
Uma das polêmicas envolve o segundo dos três títulos de Senna, e que completa 30 anos neste 21 de outubro de 2020. Uma conquista bastante polêmica.
A situação
Ayrton Senna chegou no circuito de Suzuka, no Japão com o intuito de ser campeão da temporada de 1990 da Fórmula 1. Afinal, o brasileiro tinha nove pontos de vantagem para o seu rival, o francês Alain Prost, numa época me que a vitória valia os exatos nove pontos. Ou seja: bastava para Senna terminar a prova na frente de Prost para ser campeão.
Contudo, não era apenas o título que Senna buscava. Existia também um sentimento de vingança por causa do que tinha acontecido um ano antes, na mesma pista. Naquela ocasião, Alain Prost, que era companheiro de Senna na McLaren, jogou o carro para cima do brasileiro e forçou os dois a passarem reto na chicane antes da reta principal. O francês abandonou a corrida; Senna voltou e conquistou a vitória. Contudo, foi desclassificado por supostamente cortar aminho,, fato que confirmou o título para Alain Prost.
No ano seguinte, Prost foi para a Ferrari e Senna continuou na McLaren. durante o ano, o brasileiro foi mais consistente, chegando ao Japão com a vantagem de nove pontos.
Momentos de tensão e a corrida
Ayrton Senna fez um pedido à FIA para que o pole-position largasse no lado mais limpo da pista. Contudo, o presidente da entidade era Jean Marie Balestre, o mesmo que desclassificara o brasileiro um ano antes. A proposta foi recusada.
E além disso, a questão da chicane que causou a polêmica no ano anterior foi levantada novamente no briefing realizado antes da corrida. Ficou-se decidido que os pilotos que errassem a freada poderiam seguir em frente, desde que não ganhasse vantagem com isso. O assunto irritou Senna, que saiu da reunião.
Senna largou na pole-position. Porém, sendo obrigado a lidar com o lado mais sujo, Prost de aproveitou e pulou na liderança. Percebendo que ia fazer a primeira curva em segundo, o brasileiro não virou o volante, causando uma colisão entre ambos os carros e tirando os dois da prova. Com o acidente, Senna era bicampeão mundial.
A prova também teve um pódio inusitado. Com os abandonos de Gerhard Berger e Nigel Mansell, o vencedor da corrida foi Nelson Piquet, que não vencia uma corrida desde 1987. Roberto Moreno terminou em segundo, enquanto que Aguri Suzuki foi o terceiro.
A questão da ética e da vingança
Quando uma pessoa sofre uma injustiça, é normal existir o sentimento de vingança. E não foi diferente com Ayrton Senna, que sofreu este sentimento um ano antes. Contudo, a maneira que o título foi conquistado é bastante discutível do ponto de vista ético
A McLaren de Senna era muito forte e tinha todas as condições de ultrapassar Prost durante a prova e garantir o título. Entretanto, o brasileiro preferiu jogar na mesma moeda do francês e forçou um acidente, decidindo o título. Por um lado, fãs da categoria falam em vingança na mesma moeda; por outro, o ato foi um “rebaixamento” de Senna so baixo nível.
O título de 90 causa polêmica até hoje. Mas para os brasileiros, vale relembrar uma época em que o Brasil vencia na Fórmula 1.
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