AutomobilismoBasqueteCampeonatosFutebolNBB

Retrospectiva 2020: o ano das perdas, da luta antirracista e dos estádios vazios

0
Kobe Bryant foi um dos astros do esporte mundial que faleceram em 2020. Foto: Reprodução/Facebook.

2020 chega ao fim sem deixar muitas saudades. O ano da maior pandemia mundial em 100 anos, que nos obrigou a aprender usar máscara, álcool em gel e viver em isolamento social, impactou também no esporte. A Eurocopa e a Olímpiada foram adiadas. Os eventos esportivos passaram a ser jogados sem público e algumas das maiores personalidades esportivas históricas partiram.

Para se despedir de 2020, cada integrante do Universo Esporte escolheu um fato marcante do esporte mundial que ocorreu ao longo do ano para relembrar. Confira:

O ADEUS DE LENDAS

Todo ano é comum a morte de algum esportista icônico, mas 2020 ficará marcado pela despedida de dois dos maiores craques da história e ídolos de suas modalidades: Diego Maradona, no futebol, e Kobe Bryant, no basquete.

Maradona faleceu em 25 novembro, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ele se recuperava de uma cirurgia no cérebro. O dia seguinte foi de muita devoção por parte dos torcedores argentinos com o velório, realizado na Casa Rosada, sede do governo.

Já Kobe Bryant faleceu em 26 de janeiro, em um acidente de helicóptero nos Estados Unidos. O acidente vitimou também sua filha Gianna, de 13 anos, e outras sete pessoas. Os dias posteriores ao acidente foram de muitas homenagens ao ídolo nas partidas da NBA.

Menção honrosa também à despedida do ex-atacante Paolo Rossi, que marcou os três gols da Itália contra o Brasil na Copa do Mundo de 1982, e faleceu em 9 de dezembro.

Craque argentino, Diego Maradona faleceu em novembro. Foto: Reprodução/Facebook.

É HEPTA

A Fórmula 1, por sua vez, teve a temporada deste ano ameaçada pela Covid-19. Contudo, aconteceu, ainda que com grandes mudanças no calendário, incluindo circuitos que não estavam programados naturalmente e cortando outros. Por causa da pandemia, a temporada ficou restrita à Europa e ao Oriente Médio, sendo que o Extremo Oriente e a América ficaram sem receber a categoria. E este fato incluiu, infelizmente, o GP do Brasil, que deveria ter acontecido no feriado de 15 de novembro.

Pela sétima vez na carreira, Lewis Hamilton foi o campeão, se igualando a Michael Schumacher em títulos e superando o alemão em vitórias. A temporada também teve boas surpresas. Por exemplo, na corrida em Monza, que teve a vitória de Pierre Gasly; e a prova no “oval” de Sakhir, vencida por Sergio Pérez. A temporada também ficou marcada pelo forte acidente com Romain Grosjean, cujo carro pegou fogo. Foi uma das cenas mais impressionantes da Fórmula 1 nos últimos tempos.

Lewis Hamilton faturou o sétimo título da Fórmula 1 em 2020. Foto: Reprodução/Facebook.

RACISMO NÃO!

O ano de 2020 certamente foi marcante no posicionamento da luta antirracista. Atletas de destaque exibiram cartazes e camisetas em homenagem às vítimas de racismo, ensinando aos seus fãs que os ídolos devem se posicionar contrários às injustiças que assolam a humanidade.

Protagonistas em suas respectivas modalidades, figuras icônicas como LeBron James, Lewis Hamilton e Neymar demonstraram apoio e solidariedade à causa racial. Infelizmente, casos dentro do esporte também ocorreram, revelando que esta problemática é estrutural e a ignorância não tem limites. Jogadores brasileiros como Neymar e Gerson alegaram ter sofrido racismo em 2020.

Clubes e instituições esportivas no mundo todo aderiram em campanhas sociais. Desde hashtags nas redes sociais até o lançamento de camisetas com slogans repudiando e denunciando o preconceito. Estatísticas apontam que casos envolvendo racismo no futebol cresceram cerca de 27% nos últimos anos. Esperamos que o mundo esportivo carregue um grande aprendizado para 2021.

LeBron James foi uma das vozes mais atuantes contra o racismo no mundo do esporte em 2020. Foto: Reprodução/Facebook.

PASSOU O RODO

Dos eventos anuais, no mundo esportivo, a Champions League é um dos mais importantes. Em um ano incomum, o calendário foi prejudicado e a fase final da competição disputada em Portugal. Entregue às circunstâncias adversas, a competição viveu jogos diferentes e históricos.

Dentre todos os jogos, o mais inesquecível: Barcelona 2 x 8 Bayern de Munique. A partida irá permanecer na história. Os bávaros jogaram um futebol majestoso, com toque de bola, ofensivo e um apetite por destruição. O resultado gerou uma crise no time catalão, um cisma político que englobou Messi e a presidência do Barcelona. Talvez o jogo de maior impacto da década.

Em outra ponta, o PSG. Com Neymar jogando futebol ao invés de desfilar caricaturas de craque, o time de Thomas Tuchel chegou a sua primeira final de Champions League. Apesar de não jogar um futebol tão vistoso, Neymar e Mbappé entregaram todos os seus recursos para esse feito histórico. Perderam na final, mas perderam para o Bayern – que não era qualquer um. O ano reservou um Barcelona destruído, um Messi apático, um Bayern destruidor e com um futebol mágico. Por último, 2020 reservou outra grata surpresa no futebol europeu: Robert Lewandowski. O esportista europeu do ano e o melhor jogador do mundo.

Bayern de Munique ganhou a Champions League de forma avassaladora em 2020. Foto: Reprodução/Instagram.

EM BUSCA DE DIAS MELHORES

A temporada do futebol no Brasil e no mundo ficou totalmente diferente por conta da pandemia de coronavírus. No entanto, isso não impediu que tivéssemos surpresas na capital e no interior paulista.

Antes da pandemia, o Marília Atlético Clube estava correndo o risco de cair para a quarta divisão do Campeonato Paulista. Porém, no retorno da Série A3, o MAC se reestruturou, fez uma campanha surpreendente livrando-se do risco de queda e terminou a competição na 10º posição, com 18 pontos. Na Copa Paulista, o Tigre chegou à final do torneio, na qual foi derrotado pela Portuguesa. O vice-campeonato, entretanto, garantiu pela 1º vez a participação do MAC na Copa do Brasil no próximo ano.

A Associação Portuguesa de Desportos, por sinal, foi outra surpresa positiva no futebol paulista em 2020. Há tempos o time vinha em uma fase muito ruim, longe dos tempos de glórias (foi vice-campeão do Brasileirão de 96, por exemplo). Na Série A2 do Paulistão, a Portuguesa ficou na terceira colocação da classificação geral, sendo eliminada pelo XV de Piracicaba nas quartas de final. Na Copa Paulista, único torneio que restava, a Lusa fez uma ótima campanha, chegando a final e conquistando o título sobre o Marília. Por conta da conquista, a Portuguesa optou por disputar a Série D do Campeonato Brasileiro (quarta divisão) em 2021.

Quem sabe seja o início da retomada de dias mais felizes para os torcedores dessas equipes, duas das mais tradicionais do futebol paulista.

Portuguesa comemora o título da Copa Paulista 2020. Foto: Reprodução/Facebook.

Vem aí o Boxing Day. Na Inglaterra e no Brasil

Anterior

A luta antirracista continua: qual aprendizado o esporte teve com o tema racial em 2020?

Próximo

Você também pode gostar de

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *