O argentino Ariel Holan pediu dispensa do comando do Santos. Com pouco mais de dois meses no cargo e 12 jogos disputados, o treinador experimentou vários obstáculos no caminho: clube sem reforços, salários atrasados, perda de um dos principais jogadores e protestos da torcida na porta de casa.
Insatisfeito, pediu o boné e voltou para casa depois de colocar o atual vice-campeão na fase grupos da Libertadores. Holan é mais um estrangeiro que deixa o Brasil. Dessa vez não por uma boa proposta, mas desistindo do País em um cenário caótico que se tornou jogar futebol em meio à pandemia no ano de 2021.
FUTEBOL BRASILEIRO VIVE CAOS
Os clubes, já tradicionalmente sufocados financeiramente, cortaram ainda mais custos. Não há dinheiro para grandes contratações nem entre os mais ricos. Flamengo e Palmeiras trouxeram apenas um jogador por empréstimo cada um.
O calendário, que já é tradicionalmente apertado, piorou ainda mais no segundo ano da pandemia. Com a paralisação do Paulistão, os clubes do estado estão tendo que jogar a cada 48 horas na retomada do campeonato. Um desfile de reservas e garotos que ainda não estão totalmente maduros, em jogos tecnicamente fracos.
Entretanto, a cobrança em cima dos técnicos e dos jogadores segue a mesma, mesmo nesse cenário caótico. E os torcedores, talvez influenciados pelo momento pesado que vivemos, passam do limite com frequência. Nas redes sociais e nas ruas, atacando ônibus dos times e soltando rojões nas casas dos treinadores.
Todo esse cenário dificulta ainda mais a vida dos treinadores estrangeiros que se aventuram a trabalhar no Brasil. Holan pediu o boné. Abel Ferreira, contestado pela torcida e descontente com a falta de reforços, demonstra incômodo nas entrevistas coletivas.
Por enquanto o único que tem tranquilidade é o são-paulino Hernán Crespo, com uma boa sequência de vitórias. A ver como vai ser a reação da torcida Tricolor no primeiro tropeço. Porque no Brasil o que importa é resultado. Independente das circunstâncias.
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